terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eis o que só se aprende na vida: fazer maiores perguntas


Agente tem a mania de se afastar.
Não sei o propósito.
E tudo é uma desculpa, até a menor das coisas. Começamos a nutrir artifícios para que isso aconteça. Começamos a nutrir os bytes e pixels tanto que existem até tatuagens digitais, pseudônimos da web, uma vida dependente e artificial. Esse blog. Se ele não existisse provavelmente  eu estaria escrevendo, trovadorando , falando com alguém ou simplesmente me dopando e chegando na conclusão de que não vivo, sobrevivo.
Não. Essa não sou eu. O mais fácil é sempre mais chato.
Mas o fato é que estamos cada vez mais sozinhos e procuramos respostas e razões para tudo.
Confesso que ultimamente esse índice tem crescido em mim, mas eu me tornei mais curiosamente lógica e confinadamente presa na ideia de que preciso saber de algo que não sei exatamente o que é.
Aí o que acontece é um processo gradativo de falta de contato, algo mais do que um comprimento. Que, pode perceber, é uma colisão de bochechas acompanhado de um estalo simulador que fazemos com a boca, mas tudo bem quanto a isso.
Depois aconteceu uma coisa comigo. Quando vou falar com alguém encosto no braço dessa pessoa.
Isso é sério.
Muito.
Tem vezes que eu nem percebo, e eu me assusto, tipo, eu não fiz isso!
Outra coisa, eu comecei a ensaiar futuras conversas com pessoas que eu  não conheço eu um tempo indefinido na frente do espelho !? Acho que é pra saber como as pessoas vêem minhas expressões e gestos, porque eu sempre tenho a impressão errada disso tudo, como quando ouvimos nossa voz no gravador.
O mais triste é que nas vezes que eu começo a construir um raciocínio com alguém essa se afasta. Ou será que sou eu?
Não sei o propósito.
Ai as pessoas se afastam, não se tocam, até por às vezes existir uma mesa de negócios entre elas, e a história começa a ficar sem propósito. Isso tudo tem consequências no pior, quando o toque acontece, não ocorre pelos sentimentos, e sim por instintos físicos violentos e banais.
Essa anestesia social torna tudo mais sem sentido, burro, ignorante, sujo e alienantemente natural.
No momento que colocamos a cabeça pra fora começam a cair bombas que explodem seu cérebro com perguntas sem respostas, sem sentido comum e começamos uma travessia em busca de algo que faça sentido, te complete, te guie, te torne feliz e não sozinho. Tudo ao mesmo tempo.
Ai essas pessoas mochileiras se aproximam.
Não sei o motivo.
Não sei se quero saber.
Não sei se quero a glória.
Não sei se quero as batatas do vencedor.
Afinal, a ignorância é a glória.   

Um comentário:

  1. Não se preocupe em falar sozinha com o espelho, eu mesmo costumo ensaiar aulas que eu sei que nunca vou dar para pessoas que não existem (:
    E ao vencedor, a ignorância!

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:D